12.2.09

Pega-pega

Volto a minha procura sem fim, tendo decorados ponto de partida e ausência de chegada. (...) No entanto, a procura é em mim como luz e água. É o que me mantém; e à parte minha, que opacamente acesa procura. Então, volto a minha procura sem fim. Porque além dos contrapassos que chegam com as chuvas, há na minha opacidade a certeza de que, um dia, de toda a minha busca há de se formar, como que se de espuma - da mais sólida espuma - o meu arco de chegada. E sob ele, o que busco, de sorriso nos lábios e nenhuma perfeição. A não ser a perfeição suficiente de estar ali. À espera. Tendo encontrado, também, o que passara muitas procuras sem fim a desejar.

8.2.09

Cromoterapia

Coloridas. Cintilantes. São plaquinhas flutuantes Quase impostas. Indispostas. Pelas mãos tristes da menina em postas. São plaquinhas sobrepostas Lapidadas. Envernizadas Furtando cores fragmentadas E da menina em postas lamentações em camadas desnorteadas. Lapidadas. Envernizadas As plaquinhas e as lamentações As mãos tristes e as lágrimas Da suposta menina em fragmentos de olhares infantis e teimosas canções. Coloridas. Cintilantes As plaquinhas. As lamentações. Os fragmentos e a menina. Doce menina em postas. Descomposta. Quase imposta.